Quinta Dimensão
Setembro 17, 2021
Se desconsiderarmos o preto e o branco, a vida tem episódios sem cor.
Lembro-me de, em criança, aguardar - com crescente ansiedade - pela hora em que a Quinta Dimensão expandia os limites bidimensionais da velha televisão.
Passou muito tempo e as lembranças fundem-se com esquecimentos. O cérebro procura acompanhar a velocidade dos dias e, por vezes, quando precisa de espaço, liberta aquilo que considera lastro: decrépitas memórias sem real utilidade prática. Fica uma espécie de névoa crepuscular, que se adensa com a distância do passado. O cérebro não tem coração.
Tudo isto pode ser um devaneio mas também pode ser “The Twilight Zone”.