Fundo do Mar
Julho 27, 2020
Nasci fragmentos
e não poucas vezes me encontro perdido.
Diluído em questões e tormentos
como se o próprio ego tivesse ardido.
Mas, quando apago, algo me chama.
Como o canto das sereias,
ou a luz e calor de uma chama.
Uma força que me arrasta das areias.
Então fixo os olhos até onde consigo alcançar
e penso que a minha alma pode estar no fundo do mar.
Abraço as ondas e deixo-me esvoaçar
até a maré se render e me acalmar.
Cerro os sentidos e ninguém sabe aquilo que pinto.
Ninguém vê aquilo que vejo.
Ninguém sente aquilo que sinto,
pois em ninguém extingue e arde o mesmo desejo.
ejail
2020.07.27