Fragmentos
Dezembro 15, 2023
Assombra-me um velho outono,
umbrífero, de galhos áridos.
Agasalha-se de névoa e sono
e despe-se de significados.
Arrefeceu, faz muito tempo
e o interior tinge-se lúgubre.
Sibilam fantasmas sem corpo,
num corpo de mente insalubre.
Há um vácuo que me gravita,
veneno que entope olhos fracos.
Do breu das cinzas, algo crepita...
Vejo, só, fragmentos cardíacos.