Despoema
Maio 16, 2025
* (imagem criada com auxílio do ChatGPT, porque sou o pior desenhador/pintor do mundo e arredores)
Há noites em que atiro palavras para a fogueira
e, por mais que queimem, não quebram o gelo.
O que eram cores, são cinzas de alguma cegueira,
restos de arrepios que dedilham o cabelo.
Memórias que esfumam e crepitam na ausência,
vultos vazios de outras vazias dimensões.
Limbo sem barqueiro, purgatório de aparência,
um naufrago perdido entre ventos e prisões.
A pele alva, nua e lânguida de uma folha
e o batom preto das sombras que a seduzem.
Olhos que estilhaçam, uma lágrima que molha,
fantasmas que se materializam e abduzem.
Desejo-a! Agora que findaram as letras.
Agora que, ébrios, bebemos um toque macio.
Beijo línguas estranhas, em insonoros mantras
e desfolho a poesia, que se acanha no silêncio.