Desnudado
Junho 16, 2007
O humor é uma manifestação legítima de inteligência. Porém o meu pseudo-humor não é, propriamente, engraçado. Se não faz rir não é inteligente. É um humor corrosivo e lúgubre, e não apresenta traços de originalidade relevantes. É escrito numa linguagem corrente e não revela significativa riqueza literária. É uma coisa sem vida e vazia.
Também os ensaios e as incursões que pratico pelos caminhos do pensamento aplicado, em que procuro desconstruir pequenos enigmas ou paradigmas do quotidiano, revelam-se, na maioria das vezes, inconclusivos. São devaneios de uma mente inquieta mas nem sempre lúcida. São desvarios de alguém que apenas procura uma explicação para as suas mágoas. E, desses exercícios, resultam composições pobres e pesadamente depressivas.
Eu sou, em suma, uma pessoa triste e, isolado, sinto-me um homem das cavernas. Platão não passou, em definitivo, por aqui para me libertar. Habito a escuridão e desengane-se quem pensa que este é um blog humorístico. É, antes, uma lápide em que vou carpindo hieróglifos desconexos para colocar sobre o meu túmulo. Sinto-me só. É um grito… Sinto-me terrivelmente só! Falido a todos os níveis… Talvez por tudo isto e por tudo aquilo que não disse, não me levar a sério, parece ser a expressão suprema da minha intelectualidade. A verdade é tão simples e tão óbvia que até mete dó.
Atentamente,
José.