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Quinta Dimensão

A Minha Palavra

Julho 26, 2007

Há uns tempos atrás (muitos) escrevi um texto abstracto:
 
A vida assume um sem número de facetas. Pode ser comparada a tudo e nada se compara a ela. Parece, por vezes, um grande dicionário, maior que o mundo e infinitamente grande; maior que o Universo. Nesse dicionário, cheio de palavras e de significados, eu procuro uma só palavra. Existem muitas e são mais que os números para as contar. Umas simples e bonitas, outras formais e complicadas, mansas ou severas, quentes ou frias e indiferentes. Procuro uma só. Nunca a escutei, nem li e nunca, tão-pouco, ouvi falar acerca dela. Não a conheço, mas sei que é a mais deslumbrante desse dicionário. Não vou vender a minha alma a uma outra qualquer palavra. Ela só aceita ser comprada e resgatada, da sua árdua e solitária viagem, pela mais bela junção de letras que o caos do universo conseguiu, de forma divina, construir. Não receies, pois não vou cessar a busca. Afinal sou um sonhador e os sonhadores não sabem quando parar de sonhar.
 
Hoje quero concretizar esse texto:
 
Creio ter encontrado a palavra. A palavra formada pela mais bela junção de letras que o caos do universo conseguiu, de forma divina, construir. A palavra: Ana.
 

Bom Demais Para Ser Verdade

Julho 17, 2007

Coimbra: cidade de despedidas encantadas. Na sua complexa rede de estradas e estreitas ruelas, circulam um pequeno sem-número de autocarros. Movem-se para os lados, para trás e para diante, sem nunca se afastarem muito de um qualquer ponto de gravidade imaginário. São uma espécie de pêndulos urbanos. São como bestas tecnológicas que, aprisionadas, ora engolem os seres humanos, ora os cospem. Tudo é feito com uma extrema rapidez e frieza mecânicas e, as poucas excepções que ocorrem, são quando as presas, quase sempre amorfas e resignadas, discutem entre si para ver quem vai primeiro.
 
Um desses autocarros tem uma particularidade. Aparentemente é um veículo de transporte de passageiros normal: não muito velho, não muito novo. Tem bancos que foram construídos na tentativa de encontrar um compromisso entre o conforto, a usabilidade e a economia. Guincha e oscila, como muitos outros, nas curvas mais apertadas e não trepida menos quando a estrada é de paralelo. Transporta renegados de meia-idade, de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Carrega os velhos, com passes sociais, a quem a sociedade já há muito retirou a esperança e leva os novos para a escola que aguarda para os formatar. Os jovens são inocentes e deixam-se, facilmente, iludir pela esperança e modas passageiras. O autocarro transporta pobres: homens e mulheres, crianças e pedófilos, inocentes, ladrões e assassinos. Ele não escolhe o que lhe dão a comer, apenas come o que lhe é servido. Nele são transportados seres à deriva numa sociedade de castas de falsidade. É um autocarro igual a tantos outros, apenas tem uma singular particularidade que só a mim diz respeito.
Um destes dias, uma qualquer empresa sediada no Porto, vai comprar este autocarro. Alguém o há-de levar para a oficina e dar-lhe um banho de tinta. Alguém o há-de pintar, numa estufa própria, com as cores da nova empresa. Depois vai ser restaurado: o chão, comido pelo arrastar dos passos pesados dos passageiros, condenados com grilhões a vidas efémeras e repetitivas; os assentos encardidos de transpiração mundana; os graffitis com mensagens de alguém que amava e agora, se calhar, até já odeia; o sebo das mãos ainda agarradas aos varões; os fantasmas de Coimbra. Tudo tem de ser limpo e renovado.
 
Um motorista vai ser contratado para conduzir o autocarro. Vai ser colocado um anúncio no jornal e muitos desempregados e desgraçados vão concorrer. O salário não é grande coisa mas, para muitos, vai ser a sua última oportunidade. À medida que várias fazes da selecção vão sendo progressivamente queimadas, o número de candidatos vai diminuindo até que, por fim, um deles será o escolhido. Neste caso em particular não vai haver cunha. O motorista que será escolhido provará ser o melhor. A empresa irá reunir referências junto de antigos empregadores e, todos eles, abonarão a favor do candidato. Vai, posteriormente, iniciar uma acção de formação profissional teórica e prática. Um motorista da casa, mais experiente, vai, depois disso, mostrar-lhe o percurso da carreira que lhe será designada e explicar-lhe as manhas do trânsito local. Tudo tem de ser perfeito. Chega o dia e o autocarro e o motorista estão prontos para saírem à rua.
 
Durante cerca de seis meses e quinze dias tudo parecerá normal. Mas não no dia a seguir. Nesse dia em particular, esse motorista em particular, com esse autocarro em particular, vai sair da garagem e, como de costume, vai encaminhar-se para o respectivo giro. Porém, uma velha furgoneta, em infracção de velocidade excessiva, vai efectuar uma manobra arriscada e colidir com o retrovisor esquerdo do autocarro. A colisão não será suficientemente forte para partir o espelho mas vai chegar para desalinhar o mecanismo de suporte. Na confusão que se seguirá, o infractor vai fugir, não dando tempo ao assustado motorista de registar a matrícula. Este, por sua vez, pegará no telemóvel e ligará para os escritórios da empresa, para o sector das escalas, contando o sucedido. Vão chegar à conclusão que não há nenhum autocarro para efectuar a substituição e, como o retrovisor apenas está ligeiramente desalinhado, o motorista pode seguir viagem. No final do dia, quando o autocarro recolher, os serviços da oficina farão a reparação. O motorista retomará a marcha.
 
Algumas horas depois, o autocarro irá parar, como de costume, numa paragem. As pessoas, como de costume, vão sair e vão entrar, insensíveis à rotina. Sairão e entrarão, como habitualmente, todos os dias úteis - ou todos os dias inúteis. Sairão e entrarão como se, de alguma forma, a humanidade quisesse foder aquele autocarro. O motorista, não vendo qualquer veículo pelo retrovisor desalinhado, dará sinal de mudança de direcção para a esquerda e retomará a marcha. De traz virá um condutor mais apressado e distraído, que não se vai aperceber e, deixando cair o telemóvel, apenas conseguirá pressionar a buzina sem se conseguir desviar e sem conseguir abrandar em tempo útil. Nesse instante, o motorista do autocarro, ouvindo a buzina e apercebendo-se do perigo de colisão iminente, guinará o autocarro, num reflexo irreflectido, para a direita, para cima de uma passadeira. Uma pessoa vai ser colhida…
 
Vejo-me deitado sobre um zebrado. O céu parece cinzento mas, antes da colisão, parecia-me azul. Talvez, o impacto contundente ou a sensação de uma severa fatalidade, tenham afectado os meus olhos e me tenham levado as cores. Apercebo-me que não é só o céu que não tem cores. As pessoas à volta também estão descoloridas. Sinto um arrepio constante e, estranhamente, começo a desaprender a respiração e a sentir uma repentina falta de forças. Sinto a cabeça descair para o lado, sem que tenha poder para a contrariar, e começo a ver imagens, pouco nítidas e antigas, a substituírem as actuais. Sinto os olhos fecharem-se e, apesar disso, cada vez mais, vejo mais imagens. Parecem ser coisas do passado, imagens que já nem me lembrava de ter guardado, imagens de coisas de que não consigo ter a certeza se realmente aconteceram. Tudo parece ter atingido um estranho silêncio sepulcral. É quase espiritual. Mas, nessa falta de sons, uma voz vai-se fazendo ouvir. Uma voz surda que se confunde com o vácuo. Uma voz que, gradualmente, vai ganhando protagonismo face à estática do silencio. Uma voz que soa cada vez mais alto e que, cada vez mais, parece uma gargalhada e um grito irado. Uma voz que diz: “Seres feliz… Era bom demais para ser verdade!”
 
 
Tenho que falar da Ana e não consigo. Porque é uma pessoa única e especial. Alguém que me ensina e ajuda a derrotar o medo de viver. Alguém que surgiu na minha vida de uma forma tão profunda, que parece bom demais para ser verdade. É alguém que me faz olhar para os dois lados, quando atravesso uma estrada. Alguém que não quero perder por que me faz ter vontade de viver, que me faz ter vontade de amar. Alguém que me faz ter um peculiar cuidado com os autocarros. ;-) É alguém que me faz acordar com um sorriso nos lábios, ao invés de uma lágrima no rosto. É alguém que veio trazer ânimo e sentido à minha vida. Alguém que aceita e compreende os meus medos, e me conforta. Alguém que deixa que eu faça o mesmo por ela. É alguém em quem eu começo a confiar e alguém que vai confiando cada vez mais em mim. Uma pessoa bonita que me desperta o desejo e uma pessoa bonita que me desperta a espiritualidade. Não encontro palavras para falar desta mulher. Teriam de ser palavras ainda não inventadas. Palavras virgens, criadas unicamente para serem usadas nesta magnifica pessoa. Estou de beicinho por ela. Quem diria? Logo eu…
 
Ana, eu amo-te!
 
 
Atentamente,
José.

Glorioso Combatente?

Julho 13, 2007

Mais uma batalha perdida. Esta, de forma brutal. Não sei como ainda continuo por aqui. Não sei como ainda continuo na guerra…
 
Estou bastante cambaleante mas que se foda esta merda toda que sinto cá dentro. Tenho que tapar bem, enterrar bem, estes sentimentos. Ocultar cada uma das cicatrizes em carne viva, cada uma das cicatrizes em espírito morto. Esconder cada grito lancinante por debaixo do “Eu Social”. Acho que precisava de vomitar qualquer coisa, não sei... Sinto-me enjoado, carregado, negro e com um peso terrífico sobre os ombros. Sinto-me fraco, um perdedor nato. Bem… esta merda é toda muito interessante mas… tenho mesmo que ir trabalhar…

BLOG EM POSTas

Julho 04, 2007

A forma como aqui coloco as letras, faz-me lembrar aqueles escaravelhos do canal Odisseia, a arrastarem berlindes de merda de búfalo (ou de outro animal de porte igualmente abastado). As letras chegam aqui já sem vontade própria. Chegam cansadas, desacreditadas e desoladas. Eu desapontei-as.
(imagem retirada da internet)
Ultimamente não consigo escrever nada. Nada de jeito, pelo menos. Não tenho talento, não tenho ideias e não tenho vivências. Interiormente sinto-me vazio e – parecendo, mas não sendo redundante - sinto-me oco. Mas, talvez, “vazio” e “oco” não sejam os termos mais felizes para retratar o que se passa cá por dentro. Se fosse só isso... Esse “vazio” e esse “oco” estão preenchidos por uma angústia e uma confusão que me tornam, de todo, improfícuo. Retiram-me toda e qualquer utilidade. Sinto os neurónios dormentes e os neurotransmissores enleados em teias de aranha elanguescentes. Transformei-me, unicamente, numa espécie de prostituto de sentimentos e pensamentos. O blog, por sua vez, tornou-se num simples muro de lamentações e é, cada vez mais, um espaço autista: tenho escrito muito mas, maioritariamente, numa perspectiva de dentro para dentro. É uma escrita fechada com posts demasiado sérios, sisudos, cinzentos e graves.
 
Estou, claramente, abaixo de forma. Nunca mais vou dar nada… se é que alguma vez dei. Estou queimado. Estou, psicossomaticamente falando, fodido. Sinto-me um morto-vivo morto. Acho que já atingi aquele ponto de onde não há como retornar. Acho que, para o meu caso perdido, só há uma última solução de recurso: acho que estou, desesperadamente, a precisar de um relacionamento tórrido.
 
Estou a precisar, talvez, de uma mulher que me levante… a moral.
 
Atentamente,
ejail.

Correntes Invisíveis

Julho 03, 2007

(imagem retirada da internet)

 
Meio da tarde. O tempo está deprimido: cinzento, tal qual o meu casaco. No alto planam algumas gaivotas. Aproveitam correntes de rios de vento que, para mim, são invisíveis mas, para as aves, marujos experientes, são dádivas que não escapam ao instinto. Parecem voar sem destino, sem mapa e sem instrumentos, apenas pelo prazer de navegar os céus.
 
Atentamente,
ejail.

Mar Morto

Julho 02, 2007

Este é apenas mais um dos pouquíssimos contos que escrevi. Já tem uns tempos mas hoje deixo-o aqui, porque me recorda que as palavras de nada valem. Um amigo não precisa de falar. Um amigo está presente ou, pelo menos, não abandona. Mas um amigo é, talvez, alguém que não existe. Analisando friamente a questão, creio que, tanto a amizade como o amor, sucumbiram ao mais puro egoísmo. Estou tão cheio de palavras e, no entanto, sinto-me tão só… sinto-me tão cansado… sinto-me a secar. Este conto é uma investigação pessoal pelo campo da pura especulação e imaginação. Nada disto está devidamente documentado. Procuro, neste exercício, descobrir o momento exacto em que morreram a amizade e o amor. Procuro o momento exacto em que o egoísmo triunfou.
(imagem retirada da internet)
 
Mar Morto
 
Mar morto… Era uma vez um enorme mar: imponente, orgulhoso e vigoroso. Morava longe de tudo e tudo o que conhecia era o interior dos seus domínios. Com excepção de uma pequena rocha, situada no seu centro, tudo era coberto pela enorme porção de água. Misteriosamente, por mais altas que fossem as ondas ou por mais cheias que fossem as marés, a rocha era sempre poupada à fúria das águas e mantida à superfície.
 
Num dia, diferente de todos os outros, choveu. A chuva escorregou e penetrou por uma estreita fissura da rocha e tocou uma pequena semente. A semente havia sido transportada acidentalmente por uma ave perdida, num tempo esquecido, durante uma viagem fatídica. Ao toque da chuva, uma pequena flor brotou de um casulo adormecido. O milagre da vida! De dia para dia foi crescendo, tornando-se cada vez mais bonita. Era especial e única naquele mundo agreste. Sozinhos, a flor e o mar, começaram a falar-se e, com o tempo, tornaram-se grandes amigos. E o tempo foi passando… Durante o tempo que passou, os elos de amizade que os uniam foram-se tornando mais fortes e os muitos sentimentos fundiram-se num só e, entre eles, nasceu o amor. Todos os dias, pela manhã, ela abria as suas pétalas e presenteava-o com a sua extraordinária beleza. Ele deixava-se seduzir pelo seu perfume. Era transportado para as mais belas fantasias, onde habitavam os sonhos coloridos pelos desejos femininos da flor.
 
Passaram-se anos e os dias perfeitos e amenos deram lugar a dias quentes e febris. O Sol, moderado, que sempre trouxera a vida, tornara-se numa ameaça para a tenra planta. Atingida pela ira incompreensível do Sol, ela dirigiu-se então ao mar e pediu-lhe uma gota de água doce para que pudesse saciar a sede. Nunca ninguém lhe pedira uma gota de água doce. Mergulhou em si mesmo e procurou no seu interior. Esquadrinhou cada gota do seu corpo à procura de uma que fosse doce. Desesperado, contorceu-se e revirou-se, mas no meio de tanto esforço, ele sabia, para seu desgosto, que a busca havia de ser vã e infrutífera. Não estava na sua génese, não era essa a sua natureza. Quando saiu de si mesmo, o mar voltou-se para a rocha, mas a flor havia morrido e estava deitada sobre a pedra dura. Era como se tivesse adormecido enquanto esperava, tranquila, pelo regresso da vida.
 
Muitos dias nasceram e outros tantos morreram, num genocídio tão rotineiro, que passa despercebido aos deuses deprimidos pela eternidade. Mas nesse intervalo de tempo esquecido, o mar foi secando e acabou por dar lugar a um enorme deserto, e muitas lendas foram criadas a seu respeito.
 
Um dia, muitos dias depois desta história, um respeitado grupo de arqueólogos resolveu investigar e, de uma vez por todas, descobrir se alguma das lendas era verdadeira. Após anos de uma longa e árdua investigação, os cientistas publicaram as suas conclusões numa pequena e desacreditada revista arqueológica. Diz, quem leu, que no texto estava escrito algo parecido com outra lenda: O mar pensou para si – Para quê tanta água, se nem uma única gota serviu para saciar a sede da minha amada? – Chorou de seguida toda a sua água, secou e morreu. No seu coração de pedra nasceu, um dia, uma bela e vaidosa flor cheia de vida. No seu coração de pedra nasceu, um dia, a amizade e o amor. Mas o Sol, ardendo em ciúme, não se compadeceu e roubou a vida à frágil flor. O Sol ficou tão zangado que, ainda hoje, continua a escaldar a rocha e as areias de um deserto vivo, o leito de um viúvo mar morto…
(imagem retirada da internet)
Atentamente,
ejail.

Poeta Maluco

Julho 01, 2007

Era uma vez um poeta: feiticeiro das palavras e mágico dos sentimentos. Um mau escritor que, um dia, perdeu as rimas. Trazia-as, algures espalhadas dentro dos bolsos, juntas com os trocos.
 
Um poeta não sabe nada, está sempre a aprender. Deita-se com a luz das estrelas e levanta-se com o chilrear dos pássaros. Não tem idade: não é velho, nem é novo. Não é nada. Existe apenas quando quer, quando sente o dever de existir - embora, às vezes, queira existir e não saiba como. É algo que não pode ser: desaparece no meio de si e tenta aparecer no seio dos outros. Mas, isso, é só porque é um solitário. Não é cobarde, mas chora como uma criança e ri como um garoto - embora, ultimamente, não consiga encontrar motivos para sorrir. É um puto das ruas, descalço e de cara suja. Um renegado de alma lavada, de alma incompreendida.
(imagem retirada da internet)
A estrada, sabe-o bem, não foi feita para ser percorrida. Foi construída para ser estudada. Evita caminhar por ruas muito percorridas. O caminho foi calcetado para jogar à bola e os campos para dançarem ao sabor dos caprichos do vento. Uma pedra solta é para ser lançada ao mar, ou ao rio. Não importa para onde, desde que seja lançada para o mais longe possível, desde que seja arremessada, com todas as forças, para o âmago do infinito. A chuva são lágrimas de poetas, irmãos que pereceram nas inúmeras batalhas, e se fundiram no Absoluto. O Sol é, por si só, um magnífico poema. Um poeta compreende o ciclo da árvore: a árvore, que no Verão traz a sombra, é a mesma que no Outono dá os versos. Versos: estrofes secas, outrora viçosas, que tombam na manta morta como folhas gastas pelo uso do tempo. A Primavera é a vida em flor e o Inverno o seu fiel cobertor. O frio e o calor são as suas roupagens: um poeta não é morno - embora possa estar adormecido.
 
De dia, ou de noite, há sempre um poeta acordado e pronto a sonhar.
 
Era uma vez um poeta que, por algum tempo, vai desaparecer. Um sofrível escritor que se vai ausentar dentro de si. Talvez só por algumas horas, ou alguns dias…
 
Atentamente,
ejail.

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